Rafael Slonik

Tempo Perdido Tempo De Brinde

Bem na horinha que entrei no elevador tive uma iluminação: sou eu quem está fazendo um favor, ao escrever no novo-MUNDO, e não os leitores, em seu ato de ler, comentar e acompanhar o blog. A lógica [do petrefiolismo] completa a respeito deste insight é infinitamente mais humilde do que está parecendo. De qualquer modo, este pensamento foi uma repensada a respeito do blog, e acho, mais uma vez, que encontrei um caminho para tornar isso aqui um site melhor para o ecossistema interwebs. Outro pensamento que me ocorreu num destes dias foi a respeito do tempo ocioso e chato, que existe quando se troca uma roupa. Olhando em médio-macro, o tempo não é ocioso porque você terá ao final de um ato, trocado de roupas. Mas se pensar no médio-micro da situação, enquanto você troca a roupa, o tempo se estende por infinito+1. E este tempo é ocioso. Mais um exemplo é o tempo em que passamos dentro do elevador. Você terá subido, ou descido, ao final daquele tempo. Mas no ínterim estará em um infinito de tempo ocioso em que a única utilidade, por mais que você escreva um sms, por mais que você arrume a roupa e o cabelo no espelho, por mais que você risque a parte metálica da porta com a chave, esse tempo do elevador que será infinito e ocioso terá sua única utilidade em ser, invariavelmente, inundado por pensamentos. Pensamentos geram pensamentos. Sinapses e neurônios trabalhando juntos para mais um sistema em looping no universo. Meu professor de Ergonomia da Informação não se restringe a explicar o que é, quais os autores proeminentes e como fazer um trabalho de Ergonomia de Informação. Ele vai além e explica a origem das palavras que pertencem à disciplina, e então conta histórias, conta teorias, e diz que algumas pessoas têm visão atolada (bitolada) (tritolada?) comparando-as com \"colocar em uma sala redonda e mandar cagar no canto\" (também estou tentando entender a relação até hoje), etc. O importante é que no último texto ele falou sobre os neurônios e as sinapses. Eu já tinha ouvido algo sobre o assunto em algum Discovery Channel da vida, mas é sempre bom ser lembrado do quão impressionante é o cérebro. E aquele primeiro pensamento que expliquei no texto, que me ocorreu no elevador, é resultado de toda a minha vida. E mais recente, da leitura de um texto escrito pelo Cardoso sobre o twitter. O twitter quase matou meu blog também. Para fechar, digo que aquele pensamento aconteceu comigo no papel de leitor. Que eu gosto de ler blogs, e que gostaria de ver cada vez mais blogs espetaculares como o Nimias Cosas Mínimas, e tantos outros que pintam por aí. Porque estes blogs afetam os neurônios, e tornam o meu tempo ocioso chato, em ocioso produtivo interessante. __ foto: rucativava.

2009-04-22T16:56:59.000Z

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