Queda na taxa de natalidade
O canal Caspian Report trouxe no mais recente vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=yZxXamn2Gbw) o problema da queda na taxa de natalidade na Coreia do Sul.
Com uma taxa de 0.7, muito abaixo da taxa de reposição de 2.1, que pode até 2100 reduzir a população pela metade, e pior, uma metade com idade média de quase 60 anos.
Entre os dados interessantes, o número de filhos de pessoas empregadas pelo governo em empregos estáveis é o dobro daqueles empregados pelo setor privado.
O cerne do capitalismo, aumento eterno da produtividade, é um fator claro na redução da taxa de natalidade.
A Coreia do Sul criou uma nova cidade, Sejong, pensada para ser mais barata que Seul para novas famílias. E de fato, a taxa de natalidade na região se aproxima de 1, talvez porque boa parte da sua população é de trabalhadores públicos.
No entanto, todos os planos contra a baixa da taxa de natalidade trazem a família nuclear como um axioma. Incentivam a formação de famílias tradicionais de um pai e uma mãe e tentam dar condições para que procriem e cuidem de seus bebês.
Será que nenhum outro tipo de organização é possível? Existem exemplos na história humana de civilizações que tratavam de modo distinto a procriação e cuidado dos novos nascidos.
Outro questionamento é quanto à gravidade no longo prazo de uma população em queda. Novas tecnologias prometem todos os dias tirar empregos e automatizar quase todos os trabalhos. Neste cenário, a queda populacional é benéfica se o governo for pautado pela inclusão e não pela manutenção da competição e concentração de riqueza inerentes ao capitalismo.
É um paradoxo que a riqueza criada pelo capitalismo tenha elevado o padrão de vida e as taxas de natalidade no mundo todo para logo em seguida ser o responsável pela sua queda vertiginosa. E é difícil defender ou criticar o sistema capitalista sem analisar seus detalhes. E no gráfico da taxa de natalidade é curioso ver que o ponto de queda brusca foi 1971 (https://wtfhappenedin1971.com/).