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  • Dinheiro Ou Armas O Que Vale Mais

    O que vale mais: armas ou dinheiro? Em que ponto da economia é possível ligar estas duas coisas, e qual é o paralelo do poder do dinheiro e do poder das armas. Nesse post você vai ler porque os EUA estão muito longe de estarem encrencados com todas as dívidas e crises econômicas que estão nas mãos. Não tenho apoio bibliográfico para o que vou dizer, é produto apenas das minhas ideias, que angariando novos dados e argumentos, dá passos rumo a melhor compreensão do mundo. Se você não concorda e tem seus argumentos, joga nos comentários e vamos discutir o assunto.

    Dinheiro

    O dinheiro é um pedaço de papel em que todos confiam e acreditam. A crença no dinheiro é maior do que a crença em Deus. Leve uma maleta cheia de dólares para qualquer canto do mundo e você poderá comprar comida, objetos, etc. Dinheiro é, de fato, uma moeda de troca baseada na confiança. Confiança em quem? Nos governos! Somente acreditamos no dinheiro porque o governo – em última análise, a instituição país – diz que aquilo tem o determinado valor para troca por mercadoria e serviços. A materialização mais óbvia dessa confiança são os títulos de dívidas pelos quais os governos financiam sua manutenção e crescimento. No cenário de hoje, temos numa ponta os países que tem total confiança dos investidores internacionais (donos de muito dinheiro) e na outra os países de governos desestabilizados, como as ditaduras assassinas no continente africano (e a Argentina hahaha). A confiança nos governos é medida através da sua capacidade de pagar as dívidas e honrar acordos. Como qualquer coisa mensurável, isso também gerou um índice que é medido e definido de diversas formas por diversas agências de crédito especializadas. Uma das agências é a Standart & Poor\’s, no gráfico a seguir podemos ver a classificação da S&P a respeito dos principais países do mundo: Recentemente os Estados Unidos foram rebaixados do nível AAA para o AA devido a crise econômica deflagada em 2008 pelo crash do setor imobiliário e financeiro. O Brasil vem escalando o ranking e recentemente alcançou o nível BBB. As notas da S&P levam em consideração muitas variáveis e não é o intuito desse post comentá-las. Quero apenas demonstrar que diferentes países tem diferentes capacidades pagadoras diretamente relacionadas ao nível de confiança em sua situação econômica atual. Isso quer dizer, na prática, que a moeda do país ou do bloco econômico é lastreada unicamente pela confiança percebida. O lastro do dinheiro, até 1971, era o ouro. Isso significava que para cara dólar impresso pelo governo dos EUA, havia uma quantia em ouro equivalente nos cofres do tesouro. E todas as outras moedas do mundo eram lastreadas através de câmbio flutuante (ou não) pela cotação do dólar (como ainda é nos dias de hoje). Em 1971 devido a necessidade de aumentar o endividamento por causa da guerra no Vietnã, o presidente Richard Nixon quebrou o acordo Bretton Woods, acordo esse que havia definido o lastro do dólar ao ouro e das outras moedas ao dólar. A partir daí, o que segura o dinheiro é a confiança dos investidores na capacidade dos governos de honrarem seu compromisso de pagamento. Ou seja, chegamos novamente à mesma conclusão: o lastro do dinheiro é a confiança.

    Armas

    Os Estados Unidos da América depois da Segunda Guerra Mundial adotaram uma política rotulada de imperialista por diversos estudiosos. Consiste basicamente em impor sua vontade ao resto do mundo. Suas empresas se espalharam pelo planeta vendendo seus produtos e coletando recursos como petróleo, sua cultura foi disseminada com ajuda do cinema, e sua tecnologia mais desenvolvida permitiu mais eficiência em qualquer campo de trabalho humano. Esses movimentos são até anteriores à II Guerra, mas depois dela se intensificaram drasticamente. A única grande oposição contra a vontade dos EUA veio da União Soviética entre o fim da II Guerra e o fim da URSS, período conhecido como Guerra Fria, no qual o mundo bi-polarizado por duas forças atômicas vivia em constante ameaça de um apocalipse nuclear. Após a queda da URSS em 1991, o caminho ficou livre para o Tio Sam continuar a expansão de seu mercado e ideias. Então a contínua expansão de mercado, busca por riqueza, e propaganda ideológica norte americana continuou sem tréguas. O desenvolvimento econômico foi explosivo, e apesar de algumas pequenas crises mundiais, o mundo seguiu num período de intenso crescimento. A tecnologia – criada e gerenciada majoritariamente pelos Estados Unidos – elevou a humanidade para um próximo passo, o da comunicação instantânea, e consequentemente, da globalização. Tal crescimento não poderia se sustentar para sempre. É como alguém caminhando sem parar por dias, em algum momento ela terá que parar e sofrer com as bolhas em seus pés. Foi isso que aconteceu com os EUA, o boom econômico chegou a um período de forçada correção, a gota d\’água foi a crise de 2007. Até hoje os reflexos na economia e modo de vida americanos são muito visíveis. O resto do mundo também foi forçado a se corrigir: Grécia e Espanha são os exemplos mais vivos desse movimento. Porém, algo que os Estados Unidos fizeram durante este longo período de crescimento faz com que seu posto de liderança no mundo esteja assegurada: tecnologia militar. Ano passado os Estados Unidos gastaram mais de 711 bilhões de dólares com suas forças militares. O segundo lugar no ranking de gastos militares foi a China, com 143 bilhões. Isso mesmo, quase CINCO vezes menos. Saiba que se somados a China e os oito países seguintes do ranking ainda assim não se alcança a soma do orçamento militar dos EUA. A posição de liderança militar dos EUA no mundo é incontestável. Além disso, sua relação de amistosidade com outros grandes jogadores (China, Inglaterra, Rússia, Israel, França, Alemanha, Índia e Paquistão) garante a mais absoluta força bruta necessária para conter qualquer ameaça.

    Quem pega o bife? O dono do dinheiro ou o dono do rifle?

    Coloquemos uma situação hipotética: existem apenas duas pessoas em uma arena, de um lado João com muito dinheiro no bolso, do outro lado José com um rifle carregado – e ele sabe atirar. Ambos precisam comer alguma coisa para não morrer de fome nos próximos minutos. No centro existe um belo pedaço de carne pronta para o consumo, que irá garantir somente a vida de um deles – é impossível dividir. Quem irá sobreviver? O dono do rifle ou o dono do dinheiro? Certamente em uma situação em que não há outro acordo possível senão a guerra e a sobrevivência – o mais inato dos instintos humanos – quem iria sair vivo da disputa seria José com sua arma, porque faria da sua vontade de sobreviver a vencedora. É claro que o mundo não é uma arena com dois jogadores e com apenas um pedaço de bife. Temos recurso suficiente para a sobrevivência de todos e temos espaço para todos. E é claro, também, que o ser humano se move com muito mais motivos do que apenas a sobrevivência. Assegurada a sobrevivência, busca o conforto, confortável, busca a supremacia, e assim em diante. E neste cenário de complexidade podemos ligar os pontos: dinheiro e armas. Em quem você apostaria na situação que foi descrita, no endinheirado e desarmado João, ou no armado e agressivo José? Bingo! Apesar de toda a crise que os EUA estão sofrendo, eles ainda são o José do nosso mundo. O Oriente Médio pode ter o recurso energético, o Brasil pode ter a água potável, a China pode ter a maior população e assim em diante. Entretanto, numa situação de necessidade, quem vai prevalecer é quem tem o rifle na mão, é quem pode ASSEGURAR sua SOBREVIVÊNCIA. O lastro do dinheiro é o poderio militar dos Estados Unidos da América. __ Se você gostou do post, recomende para seus amigos no Facebook e no Twitter. E deixe seu comentário rebatendo meus argumentos, pedindo mais detalhes sobre algum ponto ou sugerindo um assunto para um próximo post. Obrigado! __

    Links Recomendados para quem se interessa pelo assunto:

    Extreme Money – Satyajit Das: resenha de um livro publicado pela respeitada FT Press que discorre sobre dinheiro, sobre como a crise foi formada nos EUA e seus efeitos pelo mundo. The Century of Self: está no final do post indicado – legendado. É um documentário premiado da BBC que mostra como o sobrinho de Freud usou as ideias do tio para implantar o consumismo nos EUA. Interessante destacar como somos movidos pelos poderes da agressividade e do sexo, que moram em nosso inconsciênte. Orçamento Militar atual por país: lista dos países por orçamento militar. É claríssimo o aumento do gasto militar em todas as nações, principalmente da China, em 4 anos quase dobrou.

    2012-07-18T12:08:09.000Z

  • A Nossa Vida E Breve Uma Pequena Memoria

    Nossa vida passa tão rápido quanto um cumprimento de “Feliz Ano Novo” e este é o tempo em que tudo acontece. Tudo de bom e de ruim, escolhas e destino. Um pequeno fato percebido não por mim, mas pela pessoa que começou a compartilhar o tempo comigo, me trouxe a esta breve reflexão de como as coisas são.

    Talvez o tempo passe tão rápido porque percebemos o tempo de forma não linear. Lembramos de fatos aqui e alí e não em uma linha. Não precisamos lembrar de ontem para lembrar de antes de ontem. Assim, a distância entre um e outro ano não existe nas lembranças, são apenas fatos diferentes, mas não estão distantes uns dos outros.

    A distância que também é geográfica não interfere nas lembranças, os dias que você passa no Brasil ou em outro país ficam marcados no mesmo lugar da sua memória. Seja em Paris, Rio de Janeiro ou Tókio, o que muda no âmbito das memórias são os fatos.

    Depois de expor estas ideias posso dizer o que sucedeu. O último dia do ano de 2010 estive em Santiago, no Chile. E lá passei a tão simbólica virada do ano em uma praça, vendo os fogos depois de ter comido cachorro quente de posto de gasolina como ceia. Após o começo dos fogos, todo mundo comemorou com seus familiares, cumprimentaram os que estavam próximos, e então, todas as pessoas foram até os policiais que estavam alí organizando o trânsito e cuidando da segurança, para cumprimentá-los como se fossem da família.

    No último dia do ano de 2011 passei em Balneário Camboriú, no Brasil. O clima não colaborou em nada, muito vento e chuva. Mas todos foram até a praia ver os fogos. Todo mundo na praia comemorou com os familiares, não vi uma pessoa sequer se dirigir até os policiais que estavam próximos. Minha namorada apontou o fato e na mesma hora tive a ideia de escrever este texto. Sem querer apontar nada de errado, cultural, etc. Quis apenas registrar como pequenos fatos ficam marcados na nossa memória, como este aconteceu.

    E desses pequenos fatos é que os anos se formam, é que as vidas acontecem. Pequenas lembranças empacotadas para surgirem avisando para fazer isso ou aquilo. Aí nossas escolhas são moldadas e aprendemos com nossa história. Lembranças de Santiago ou de Balneário Camboriú, iguais em forma, diferentes em conteúdo.

    Somos o conjunto de todas essas pequenas lembranças, somos histórias que se juntam através de lembranças compartilhadas. Nossa vida não passa de momentos, momentos tão breves quanto um cumprimento de “Feliz Ano Novo”.

    Esta memória em particular me lembrou que estou vivo e escolho o que fazer em seguida. Cumprimentei os policiais, que tenham um “Feliz Ano Novo”. Que todos nós tenhamos um ano melhor que o anterior, sem esquecer do que passou, porque viver é lembrar e fazer um futuro melhor.

    janeiro 2, 2012

  • O Figado Da Geladeira

    A memória humana é incrível. No almoço de hoje passei no bufê pegando de tudo um pouco, e de repente avistei uma tigela com fígado. Alguns odeiam, e outros que como eu amam, jamais esquecem lembranças que envolvem algo que desperta sentimentos tão antagônicos.

    A lembrança foi conveniente e trouxe um sentimento de lar, de aconchego, de quando eu era criança. Lembrei a época da infância, em que nas tardes ociosas fuçava a geladeira atrás de qualquer coisa para comer.

    Então de vez em quando deparava-me com um prato com sobras da carne do almoço, e algumas vezes essa sobra foi de fígado empanado. Eu devorava aquele fígado empanado naquele estado, gelado, e era melhor que tudo.

    E é incrível como o valor das coisas aumenta quando não se tem mais, como o fígado empanado na geladeira numa tarde qualquer da minha infância.

    julho 7, 2011

  • Santiago Chile

    Viajei dia 25 de dezembro para Santiago no Chile e nos 18 dias que fiquei lá deu para conhecer a superfície da cidade. Uma cidade como qualquer outra cidade grande no Brasil: o melhor lugar para se morar quando se é rico, e um lugar ruim se você não tem grana. Estava em um hotel na região que parece ser uma das mais nobres de Santiago: Vitacura. Las Condes é um bairro vizinho e segue o mesmo padrão de beleza. Outros bairros como o Centro já não são tão bonitos, alguns apesar do charme são um tanto feios, como o Bellavista e o Providencia. O destaque de Santiago são as grandes vias rápidas e os prédios novos e os que estão em construção. Parece que um boom econômico modernizou a cidade e a tornou de primeiro mundo. Reservei um carro alugado, e lendo pela internet vi algumas pessoas falando que o trânsito de Santiago era péssimo, que para conhecer a cidade não valeria a pena alugar um carro, etc etc. Puro engano deles, aparentemente o sistema de Metrô funciona super bem, mas os ônibus parecem ser confusos. Então um carro é excelente para meu tipo de turista. Gosto de explorar cada canto da cidade e não seguir o roteiro dos pontos turísticos. Cheguei no dia 25, estava tudo fechado, feriado de Natal. Aproveitei para rodar muito de carro e conhecer as principais vias. De início me surpreendi pra valer com os dois bairros que citei de início: Vitacura e Las Condes. Os prédios residênciais são lindos, divididos por bons espaços e com grandes sacadas. Os comerciais são na marioria com muito vidro, sensacionais. Andando um pouco mais caí em bairros um tanto quanto feios, como o bairro Brasil, suuuujo e feio que dá até dó. E em alguns outros que não me recordo o nome. Santiago evoluída, de bom gosto, e fina que tanto ouvimos falar não é tudo isso. Minha impressão que fica é de uma cidade como qualquer outra grande cidade, como São Paulo, por exemplo, com alguns bairros bonitos, e outros sujos e toscos. Não dá para não destacar algumas diferenças interessantes, aqui o pedestre tem sempre a preferência. O trânsito para quando alguém está atravessando a rua. Ainda sobre carros, eles largam o carro em qualquer lugar, estacionar na calçada é normal! Outra coisa de destaque é o visual da Cordilheira dos Andes, que torna a cidade única. Quero voltar para a cidade de Santiago em outras das ocasiões, no inverno, para esquiar no Valle Nevado – o qual eu visitei, é uma paisagem de tirar o fôlego, mesmo sem neve – e quando todo o gelo estiver derretendo, quero ver o Rio Mapocho em plena capacidade! O Mapocho é um rio que desce dos Andes e cruza a cidade de Santiago, indo para o Pacífico, creio. Essa é minha visão da cidade de Santiago, numa visita no verão. Uma grande cidade da América Latina!

    2011-01-12T10:34:42.000Z

  • Uma Parabola Sobre Tudo

    Um simples comercial de cerveja pode ser uma obra de arte, uma obra filosófica de valor inenarrável, um pedaço de sabedoria de um monge mongol de 150 anos? Pode, vejam este comercial de cerveja que resume tantas coisas da vida. Os imóveis estão em um estado neutro, chato, tedioso. Então alguém aprende uma maneira de fazer as pessoas pagarem mais, vamos fazer propaganda e vender um sonho. Aí todos começam a comprar novas casas, apartamentos, hipotecam o que tem para comprar mais e mais, todos estão ricos, todos se divertem, mas em algum momento, alguém deixa a garrafa cair, acabou a festa, acabou a cerveja, ninguém mais compra nada. Acabou tudo. Mesma coisa para o mercado de ações, mesma coisa para o mercado de internet, mesma coisa para o mercado da VIDA. Este comercial, meus amigos, é uma obra tão ou mais completa que todos os volumes de Marx.

    2011-01-05T23:55:28.000Z

  • Classificacao

    ![Livros]

    A classificação expõe as pessoas ao ridículo, pois discrimina classes de acordo com suas características. Ao fazer uma classificação envolvendo pessoas, você estabelece padrões de competição entre os classificados. A primeira geração de classificados irá entender as premissas classificatórias, seus motivos e necessidades. Sendo assim, haverá respeito entre os classificados na primeira geração. Entretanto, geração após geração o que ficará será o documento que dispõe as diferenças. Lembrando que por vezes o documento é um registro tácito — pois se há conceituadores a pôr um cervo como documento, pode-se dizer que há documento em registro tácito, é só uma questão de argumentação em torno de um ou outro fato para provar este ponto, ou qualquer outro ponto. Então depois de um espaço de tempo grande, levando em conta a relatividade temporal na qual estamos presos, só resta a diferença. A diferença apenas existe como Deus existe ao crente. Não necessitam ver, não necessitam de prova alguma. Mas usam como pseudo-prova o documento original, aliado aos registros tácitos. Afinal, o que perdura no tempo é o que está registrado. Neste ponto do tempo a cultura mudou, e a escrita do documento já não é um retrato da sociedade. A classificação que um dia foi criada para preencher necessidades, hoje existe aquém de tais necessidades. As mudanças drásticas que ocorrem em um período grande de tempo relativo destituem os motivos. Passa-se a ter novos motivos e necessidades sobre a classificação que um dia tinha outros motivos e necessidades. É como um castelo de cartas muito bem regido pelo caos. A luta é para manter este castelo em pé. Algum dia o vento sopra e o castelo cai. Todos os conceitos são invalidados, porque não existe mais respeito sequer ao documento que regia toda a classificação original. E como haveria de ser, uma nova classificação aparece. E esta nova, como todas as classificações vem com seu prazo de validade, que é desconhecido. __ Texto old encontrado em pastas perdidas que se salvaram de todas as inquisições e revoluções que aconteceram em vários computadores que já tive. Os arquivos que se salvam são filhos de uma seleção não natural que preservou-os pelos mais variados motivos, isso não significa, porém, que sobreviverão para sempre. Apenas como nós, seres humanos. Adicional por maluquisse: Como suicidar-se sem morrer? Tenho essa idéia fixa de destruir a humanidade para provar a minha fé nela. Quem sabe o Universo tenha sido desenhado a fim de ter uma caótica resolução de problemas matemáticos, ou apenas para proporcionar a beleza de uma imensidão de água banhada por raios dourados de um pôr-do-sol de um lago na Terra. Acontecimento que apesar de indescritivelmente belo não atinge o potencial escalado em uma explosão de uma super nova. Porém ambos, a super nova e a luz solar num lago terrestre, são naturais. A matemática que não é: os números podem até existir, mas contá-los é tarefa humana.

    2010-11-01T13:55:52.000Z

  • Tres Musicas Para Ouvir Antes De Morrer

    A primeira, da Dave Matthews Band integra o CD Crash. Odiada por muitos e venerada por muitos outros, DMB é música para músicos, mas com um alto potencial de agradar qualquer ouvido mais atento.

    A segunda, da Social Distortion, nem aparece como a mais importante de todos os séculos. Vale mais pela letra arrebatadora do que pela própria música. Influência clara para todos os post-punks que chegaram com o tempo, a banda já tem mais de 20 anos.

    A terceira e última de hoje, é Madeleine Peyroux. Comparável a Billie Holiday, dispensa comentários com sua voz marcante e jazz de primeiríssima qualidade.

    2010-07-08T03:06:24.000Z

  • Quem Nada E Peixe

    ![Nada]

    \”Nada\”

    Desde pequeno sempre fui abatido por respostas prontas do meu pai. Uma delas era quando respondia \”nada\” para uma pergunta qualquer, e em seguida recebia um \”Quem nada é peixe!\”. Entretanto, por algum ruído ou minha desatenção, o que ouvi da primeira vez e nas centenas de vezes que se seguiram era apenas \”nada é peixe\”, minha mente desconsiderou o \”Quem\” todas as vezes, ou quem sabe meu pai não dizia o \”quem\”, o que acho improvável, dúvida tal que terá fim no comentário que ele irá postar por aqui. Enfim, domingo ao chegar em casa acompanhado fiz uma pergunta qualquer e recebi um \”nada\” como resposta, mais que ligeiro busquei retrucar, e veio sem pestanejar \”nada é peixe\” e logo em seguida, como numa explosão de surpresa, um insight, serendipidade, a palavra QUEM deu um tapa em todos os meus sentidos, minha cabeça explodiu e no que restou dela pendurada ao pescoço consegui ver se formar a frase \”QUEM NADA É PEIXE!\”. Nada é peixe, nada é peixe, quem nada é peixe. Anos, foram anos tentando entender qual era o sentido desta resposta, e assim sem esforço algum, sem ensejo, vontade ou desejo o entendimento me acertou como um projétil.

    2010-03-09T09:33:45.000Z

  • As Meninas E Meus Sonhos

    Como todo adolescente normal, eu era frustrado quanto as mulheres. Não bastasse meu próprio corpo e pior, minha cabeça, passando por transformações explosivas, ainda tinha que tentar entender as mulheres e o porque de me sentir atraído por algumas em especial. Jamais tive uma paixão correspondida, o que me faz até hoje cuspir em todos os clichés de amor, e aprendi tarde a namorar (o que tanto não importa agora).

    Tudo o que fui é o que sou e o que vou ser, se eu me arrepender de qualquer coisa do passado meu presente será automaticamente depreciado e a posibilidade de deprimir-se com isso é gigante. Tento acreditar que a vida não tem dessas coisas de bem ou mal, deus ou diabo, você simplesmente vive. As coisas vão acontecendo e temos pouco controle sobre tudo.

    Já dormi ao lado de princesa para acordar ao lado de abóboras, o efeito mágico do álcool quando entra em nossas vidas é coadjuvante de fatos que viram história, e alguns, lendas. Conheci algumas garotas bonitas, mas as pontas de paixão eram logo deixadas pro vento, e lá estava eu novamente imerso na minha ideologia contra ideologias, racionalismo é vida, essas coisas de rebeldes sem causa. A maior parte mesmo foram garotas “não-bonitas”, que também perdidas nesse mundo que não reage da forma como mostram nos filmes, aceitavam um tempinho de prazer e diversão. Devidamente descartado no outro dia juntamente com a sacola de lixo onde estavam as camisinhas usadas.

    Como disse, se arrepender do passado é um mero reflexo de um presente inóspito aos teus sentimentos, é um dia frio que te faz ver universos paralelos nos quais você brinca, em águas quentes dos trópicos, com uma garota linda (não esquecer que nestes sonhos nosso corpo é a perfeição grega de beleza). Ainda não sei qual vem primeiro, se o sonho ou se o arrependimento.

    E os sonhos também tem jurisdição no futuro, por isso são poderosos. Desde a minha adolescência sonhava em ser independente, ter uma vida interessante e conhecer meninas legais. Aí cresci e tenho nas minhas mãos dois filmes: um me mostra realizado, feliz, independente, conheci meninas legais e várias vezes sob a garoa parei meu carro em respeito a um sinal vermelho ouvindo músicas inebriantes. E n’outro estou preocupado com meu futuro, sem saber se realmente sou independente, que conheci garotas estranhas, quando fiz coisas que não deveria, no carro sob a garoa, entristecido por ter pensado que meus sonhos eram tudo o que eu precisava.

    Não sei, enfim, se as meninas dos meus sonhos existem, ou se meus sonhos novamente não são o que eu preciso de verdade. Talvez aqueles chiclês de amor em filmes alternativos sejam um saída, afinal, é a vida.

    fevereiro 26, 2010

  • As Tres De Uma Madrugada Qualquer

    Não consigo dormir. Minha boca e nariz secam tão rápido com a respiração que posso sentir o gosto do frio que está agora em Curitiba. As coisas não andam tão bem quanto aparentam. Sempre uma questão de aparência/realidade, o mundo não passa de aparências, e daí o conflito das coisas que realmente são e acontecem. Quero culpar o sal da comida, culpar o dia exaustivo, os problemas de trabalho, mas sei que não são estas coisas as quais perambulam pela minha cabeça me deixando preocupado. Sei que não é A, porém não sei se é B, ou C, ou D, e por aí até faltar letras.

    Sei que encontro um pouco de paz no aprendizado, mas não consigo aprender o quanto eu gostaria. A disciplina que me falta talvez seja a causa de boa parte da minha angústia.

    Os minutos passam, já vai ser completa a primeira hora de sono perdido. Pressa no trânsito, e aqui na cama o que sinto é o frio, angústia, frustração e a boca seca. E a água não resolve.

    Não consigo dormir pensando em tudo, pensando no futuro. Pensar no futuro foi, até um tempo, combustível para aprender, para ter vontade que fizesse livros serem folhetos em minhas mãos tão rápido era minha completa leitura deles.

    E ninguém resolve. Ninguém ajuda. Alguém tem que resolver? Ajudar? Por que tanto acho que como eu faço com relação às pessoas é como elas tem de fazer para mim? Por que insisto em ser bom, mesmo não parecendo. Aparências novamente.

    A falta de vontade me prende. Tudo dói, sem cortes, sem dores, mas dói.

    Conversar. Por que é difícil para as pessoas verem que é uma simples conversa do que eu preciso, cadê a amizade que falam por aí. Problemas, tudo traduzem em problemas. Se o mundo está correndo, e você não acompanha, o problema é seu. Faz tanto tempo que não sinto uma ponta sequer de amizade, e incrível, estou cercado de amigos.

    Preciso escrever mais, escrever me ajuda a respirar, ajuda a pensar.

    Preciso parar de correr. Corri tanto que muitas das coisas importantes ficaram para trás.

    Preciso de tempo para pensar e me concentrar nas coisas que me são importantes.

    Preciso de uma conversa.

    O único laço de felicidade, o que me faz não esquecer de como é viver de verdade, é ela.

    maio 28, 2010