Um Contratempo (2016) 8/10 Filme espanhol, no catálogo da Netflix.
2017-07-22 15:00:03
Um Contratempo (2016) 8/10 Filme espanhol, no catálogo da Netflix.
2017-07-22 15:00:03
O documentário mostra o dia a dia de 4 pessoas transgênero da periferia de São Paulo. Felizmente não foca no estereótipo da violência. O objetivo é trazer para o comum o que ainda a sociedade trata como algo estranho. A diretora Alice Riff inclusive comentou que numa exibição fora do país alguém a abordou após o filme, elogiou, e disse que não sabia da existência de pessoas transgênero, perguntou se era algo \”do Brasil\”. É deste tamanho o nível de desinformação. Sala cheia. Cinema político fazendo seu papel.
2017-06-13 10:29:15
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Filme: Rifle (2016) 6/10 Se quer ler uma crítica sobre,
aqui.
2017-06-10 00:06:03
9/10
Um servidor público dedicado empenhado em seu papel de cidadão. Nas maiores eleições do mundo, Newton Kumar é destacado como presidente de seção eleitoral de uma região conturbada, controlada por uma guerrilha comunista.
Seu maior desafio não serão os comunistas armados. Mas sim a apatia, ignorância e status quo dos colegas servidores públicos, das forças de segurança que protegem o processo e das pessoas que são a base da democracia.
Acontece na Índia, mas o que é mostrado no filme é rotina aqui mesmo no Brasil, onde votos são justificados pela \”beleza\” de um candidato. Por que votar? Por que você se importa? Como escolher seu candidato? O que vai acontecer?
A ironia foi ver uma história sobre democracia e ao final dar uma nota ao filme. Assisti na mostra competitiva de longas do Olhar de Cinema: Festival Internacional de Curitiba. Cravei 5/5 sem sombra de dúvidas.
2017-06-08 23:45:01
No post anterior falei de um filme mas recomendei que não assistam, por isso resolvi contar sobre um outro filme que assisti e que gostei, e recomendá-lo para vocês. [caption id=\"attachment12975\" align=\"alignnone\" width=\"300\"][![Orra Brad Pitt, que filme foda, cara!]<img src=”http://workeerh.com/wp-content/uploads/2012/12/KillingThemSoftlyposter.jpeg” alt=”” />] Orra Brad Pitt, que filme foda, cara![/caption] Killing Them Softly (2012), no Brasil traduzido para O Homem da Máfia (tradução extremamente fraca, perde muito contexto). Sinopse, do Adoro Cinema:
Nova Orleans. Um assalto a um jogo de pôquer ilegal, cujos participantes eram integrantes da máfia, abala o submundo do crime. O matador profissional Jackie Coogan (Brad Pitt) logo é contratado para investigar o caso, já que os chefões da máfia desejam que os responsáveis sejam punidos, mas sem estardalhaço. Entretanto, a hesitação de alguns dos participantes coloca a situação ainda mais fora de controle. Dirigido por Andrew Dominik (O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford) e com Richard Jenkins, Ray Liotta e James Gandolfini no elenco.
Vi o trailer: história com armas, máfia e Brad Pitt sendo fodão. Vamos ver. Começa sem contexto e te deixa perdido, mas não perde a linha em nenhum momento. Aos poucos você vai capturando detalhes e sabe que existem mafiosos que jogam cartas, existem ladrões que roubaram os mafiosos, e existem contratados pelos mafiosos para resolver o problema do assalto. Até aí é fácil, fica desafiador quando o elemento da crise financeira americana entra no jogo – se ouve em vários momentos, num rádio ou numa TV ao fundo da cena, os discursos de George W. Bush sobre o crash de 2007. É quando você precisa dar nome aos bois para saber que o filme faz um paralelo com os agentes financeiros, com os interventores do governo e com os bancos que foram gananciosos além do que o sistema aguentava. A partir daí, amigo, o filme se torna uma delícia. E sabe o que é melhor? A última cena, assim como em Margin Call, é um brinde àqueles que saborearam e entenderam o filme, e que, por trabalhar com verdades, concordam plenamente.
2012-12-15T18:20:56.000Z
Alemanha, década de 70. Um grupo de pessoas se reúne para fazer revolução contra um Estado que acusavam ser Facista. Liderados por Andreas Baader fundaram a RAF (Fração do Exército Vermelho), organização que matou militares e civis, destruiu patrimônio público e privado, e teve fim oficial somente em 1998 após 28 anos de existência. O filme The Baader Meinhof Komplex se baseia na obra de Stefan Aust, um trabalho de 3 anos que, segundo o autor, foi muito bem transposto para as telas do cinema, e também mostra o que foi o grupo Baader Meinhof com a \”verdade histórica\”. Este nome foi atribuído ao grupo pela mídia. Baader foi o líder do grupo, e Meinhof provém de Ulrike Meinhof, uma conhecida jornalista alemã de extrema esquerda que abraçou as ações de luta armada. O filme começa num dos eventos que motivou o começo daquele grupo, durante uma visita do Xá Iraniano em Berlim, estudantes protestavam e um deles acabou sendo morto pela polícia. Grudun Ensslin, namorada de Andreas Baader e também cabeça do grupo, escreveu o seguinte sobre o episódio:
Eles vão nos matar a todos. Vocês agora sabem o tipo de porcos contra os quais nós estamos lutando. Esta é a geração de Auschwitz. Você não pode dialogar com as pessoas que criaram Auschwitz. Eles tem armas e nós não. Nós precisamos nos armar!
Desde a fundação da RAF atitudes claramente terroristas eram tomadas no sentido de combater um Estado que acusavam ser capacho dos imperialistas norte-americanos, os quais estariam assassinando inocentes ou por ação (Guerra do Vietnã) ou por inação (Bilhões passando fome no Terceiro Mundo). Também tinham como base que o Estado Alemão continuava a ser controlado por fascistas, que o nazismo não tinha acabado. Em todas as gerações vão existir grupos de pessoas contrárias a situação, lutando por mudanças. Robert Kennedy, Senador e Ministro da Justiça dos EUA, escreveu na década de 70 sobre a geração dos jovens que segundo ele \”não entendiam\” o que estava acontecendo, e o porque da guerra no Vietnã. Esta mesma geração que deu início ao movimento Hippie deu início a grupos guerrilheiros-políticos como a RAF. Era uma geração de jovens perdidos que não tinham visto os motivos que levaram à Guerra, mas que só viram os horrores causados por ela, e então lutavam pela paz, pregando o amor livre, o uso de drogas, e no caso da RAF, a luta armada. Tanto estranho é ver que o grupo que queria mudar o mundo para melhor levava consigo pensadores como Mao Tse-Tung, a quem é dada responsabilidade pelo \”O Grande Salto\” e depois pela \”Revolução Cultural\”, dois movimentos que mataram pelo menos 50 milhões de chineses, e no caso do segundo, acabou com as instituições de Ensino Superior porque estas seriam \”ninhos\” de contra-revolução. Tanto estranho é ver comunistas fumando cigarros produzidos por empresas multi-nacionais que pagam miséria para trabalhadores que sofrem no cultivo do fumo. Mais ainda no caso do Baader Meinhoff, é por sua origem, jovens que tinham recursos e oportunidades. Apesar de suas ações grotescas, a RAF ganhou força e os nomes dos seus fundadores foram aos poucos tornando-se fortes mitos que traziam mais e mais jovens para a luta. A segunda geração de guerrilheiros da RAF causou tanto terror na Alemanha Ocidental que algumas de suas ações no segundo semestre de 1977 são conhecidas como Outono Alemão. O autor do livro sobre o grupo afirma que o Outono Alemão é para os alemães o que o 11 de setembro é para os Estados Unidos. O filme é fácil no começo mas se torna pesado, 150 minutos de vídeo é um tanto quanto cansativo. Mas recomendo para quem gosta de tentar entender o que se passa na cabeça das pessoas. O destaque do filme é, com certeza, a atribuição de \”culpa\” ao grupo que chegou a ter apoio de 25% dos alemães com menos de 40 anos, e que conta com simpatizantes até hoje. Afinal, Baader Meinhof foi uma organização terrorista, que usou métodos que eles mesmos condenavam, comportamento repetido em muitos lugares do mundo na mesma década.
2010-11-16T20:33:22.000Z
Ontem assisti Daybreakers (nome para distribuição no Brasil ficou como \”2019 – O Ano da Extinção\”). O filme mostra a sociedade humana sobrevivendo como vampiros. Em 2009 teria começado a epidemia, e dez anos depois já não restam muitos humanos para alimentar os dentuços. Então os últimos são caçados como bichos para servir de alimento. Diversos aspectos são mostrados, o principal deles é que a sociedade acontece a noite, porque os vampiros se expostos ao sol morrem. Também mostra-se que mesmo vampiros, existem os menos favorecidos, e que são tratados da mesma forma como são hoje. Quando vi o trailer do filme fiquei bem interessado, até escrevi aqui no novo-MUNDO sobre ele dizendo que provavelmente a resistência contra os vampiros seria a parte mais interessante. Errei nessa ideia, porque o melhor do filme foi mostrar justamente que a sociedade humana continuaria, de uma forma ou outra, organizada, e obviamente, os mais ricos continuariam mais ricos explorando primeiro as novas oportunidades. Não é um grande filme como Inception, mas recomendo tanto quanto recomendo o filme das pirações de sonhos. E ah, quem gosta de SANGUE, vai apreciar este filme. 😀
2010-09-04T15:11:31.000Z
Ontem assisti o filme Julie & Julia, que conta duas histórias ligadas por um livro de receitas. Julia Child na década de 50 mora em Paris acompanhando o marido que trabalha na embaixada dos EUA. Julie Powell é empregada em um callcenter que recebe ligações de parentes das vítimas do 11 de Setembro. Descrito na Wikipédia como a primeira grande produção do cinema baseada em um blog, este filme me surpreendeu e fiquei ligado do começo ao fim. A promessa era ver um filme \”de menina\”, acalentado pela ideia de ver comida em muitas cenas, mas o que vi foi um filme muito bem construído, com atuação brilhante da velhona Meryl Strip e para minha surpresa, um bom tanto sobre blog e algumas coisas engraçadas sobre a vida de blogueiros.
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Julia Child: \”Sua avó\”
As histórias correm em paralelo, Julia Child, ao que me parecia, já era profissional no assunto da comida, depois de um tempo de filme descobri que na realidade ela aprendeu tudo. Meryl Strip é assustadoramente excelente neste filme, a risada da Julia Child é épica, tenho que confessar que em todas as cenas que ela ria, eu também ri.
Julie Powell: \”saiu da vida de merda\”
A outra história é de uma mulher comum em uma vida ordinária de merda. Julie Powell não vê futuro na sua situação e acaba se propondo um desafio: 524 receitas em 365 dias. Documentadas em um blog. Amy Adams é quem faz o papel, só conhecia ela no excelente Catch Me if You Can (2002), mas ela já atuou com a Meryl em Doubt (2008). O personagem marido da Julia Child é interpretado por Stanley Tucci, ele e Meryl Strip já haviam trabalhado juntos em O Diabo Veste Prada (2006). O blog original da Julie Powell ainda está no ar e pode ser acessado no endereço http://blogs.salon.com/0001399/. Julie & Julia é um filme sobre comida e blog. E por isso me agradou muito mais do que achei que faria. As vezes é melhor assim, ver um grande filme do qual não se espera muito, do que ver um filme com grande expectativa que não consegue superar, deixando um gosto de dever cumprido e só. Para fechar, deixo o trailer do filme, uma participação da Julia Child num programa do David Letterman em 1987(~) e uma dica: assista antes de jantar, e depois abuse na comida com muita manteiga. Bon appetit!
Para quem se interessar mais a fundo, uma procurada no Youtube por Julia Child traz muitos videos interessantíssimos!
2010-08-18T11:50:42.000Z
![Avatar]
Assisti Avatar no IMAX, e mesmo antes do fim do filme, antes da sua metade, já o odiava completamente. A história é ruim, os personagens são péssimos e a \”mensagem\” passada pelo filme é ridícula. James Cameron usou-se simplesmente do marketing para levar milhões de pessoas aos cinemas, que contemplaram um dos maiores pedaços de merda cinematográfica já produzidos. Assisti Grizzly Man e próximo do fim do filme já pensava em um paralelo entre ele e Avatar. Grizzly Man conta a história REAL de Timothy Treadwell, um ambientalista estranho que teve um lixo de vida comum até se descobrir como amante dos ursos pardos do Alaska, para onde viajou por 13 verões, e nos últimos filmou mais de 100 horas de sua vida em meio a um dos animais mais selvagens da natureza. O que a história de Avatar tem em comum com a história de Timothy?
![Grizzly Man]
Avatar insistiu em passar uma ligação da natureza com os seres que a habitam, usou-se de símbolos exageradamente explícitos (como o cordão que sai do cabelo dos Na\’vi) para elucidar seu ponto de vista: todos os seres fazem parte da natureza, sendo esta natureza divina por permitir a vida de todos os seres. Aproveitando a liquidação no brechó dos clichês, James Cameron resolveu colocar uns militares mercanários expressando o lado malígno do ser humano, é a luta do bem o de mal. Não consigo me abster de comentar os péssimos papéis desempenhados pela força mercenária em Avatar, vai contra a realidade de uma forma bizonha. É falta de respeito da hierarquia, é coronel no estilo rambo que não responde a ninguém, péssimo uso dos recursos bélicos, e tudo mais. Aliado desse péssimo ponto no filme, está o abuso de recusos visuais no planeta Pandora, em que o chão parece um daqueles caros tapetes de dança, que brilham onde são pisados. Totalmente desnecessário. Em resumo, Avatar não passa de mais uma cara propaganda Democrata contra a estereotipada ideologia Republicana. Na verdade Avatar não está alí para passar uma lição sobre vida e natureza, se quer ver isso, assista Grizzly Man. O diretor Werner Herzog usou as imagens que Timothy fez nos verões do Alaska, vivendo em meio aos ursos pardos, para mostrar como é misterioso o caminho que algumas pessoas decidem tomar para suas vidas, e como diz Herzog (que narra o filme) mostrar a própria natureza humana. Não é um filme sobre natureza selvagem, e sim sobre a própria natureza humana e a forma como não nos relacionamos com ela. As imagens de Timothy impressionam não só pela beleza estética das regiões remotas do Alaska, elas são carregadas de significado, como na cena em que uma raposa está brincando em cima da barraca de Timothy. Vejo, portanto, Grizzly Man como sendo um filme bem sucedido na tarefa de mostrar a natureza em sua forma pura e divina, sem qualquer ideologia estereotipada. A morte de Timothy Treadwell, comido por um urso, é, não o final da sua jornada, mas a continuidade, e é como Treadwell se torna parte completa da natreza que tanto amou, que no final lhe trouxe uma paz por meio irônico mas esperado. A dica é: fuja de Avatar, e se possível assista Grizzly Man, um ótimo filme que se torna especial por sua história ser real, assim como Into the Wild (2007), que provavelmente a maioria dos leitores deste blog já assistiu.
2010-02-16T16:25:02.000Z